sexta-feira, 21 de junho de 2013

se não houver amanha

Hoje percebi! Hoje eu sei que o meu grito é mudo e que as minhas palavras são silenciosas. Hoje eu sei que o que ouvi foram as palavras que queria ouvir e não aquelas que me forma ditas. Hoje dei conta de tudo e de nada. Do nada em que construí o meu sonho e de tudo o que perdi nesta viagem... A força que tenho e que dedico a tentar que o sonho resulte, tenho que a aplicar a levantar as pedras e construir um castelo só meu sem sonhos e sem expectativas...

Fui embora e tu nem deste conta... há tanto tempo que já não me tens e nem percebes! Quando me olhas não é a mim que me vês...é o que resta de mim. Eu já não sou o que fui e nem sei se voltarei a ser... queria muito. A minha vontade deixar de existir para não sentir aumenta a cada suspiro... fico revoltada comigo própria por suspirar pelo ultimo suspiro. Espero que não seja a minha verdadeira vontade de morrer que me assombra os pensamentos e os meus sonhos... tenho a esperança mórbida que seja apenas a minha vontade de mudar de querer que algo se transforme. Que o meu desejo de mudança seja tão grande que me leva ao impulso do desespero. 

Penso que só quando realmente eu já não estiver aqui fisicamente que vais perceber o que te tenho dito toda a minha vida... Vou lamentar o que não fizemos e o que podíamos ter feito... o que nunca te disse e o que não te pude repetir... o que vivi e o que não voltei a viver... o que sofri... e o que não sofri!!! Vais perceber que no fio da navalha a verdade estava lá. Vais perceber que não havia mais tempo nem mais agora do que aquele momento que, deixamos sempre passar... Vais perceber que eu sempre soube... que mesmo fingindo não sabendo eu sabia... sabia tudo e deixava que me culpasses por saber... deixava que a resposta fosse a minha culpa. Nem imaginas o que isso nos faz por dentro!!!

Mas, sabes que o que realmente me faz calar o meu silêncio é sentir que nada disto existe e que nem hoje nem nunca vais perceber os detalhes dos detalhes, os silêncios mudos e os gritos estridentes de um olhar, de um toque, de um gesto... tão singular e tão invisível que, só tu poderias ver. Mas, não vês. Eu tento acreditar que dei sempre explicações e justificações para essa tua falta de visão quando, na verdade era eu que não queria ver! Quando vi, continuei a não querer ver e dei por mim a sabotar-me a mim própria e aos pensamentos de forma que não fosse possível errares. Acredita que mesmo assim não foi fácil. Tu ganhavas sempre...e ganhaste no final!

Hoje percebi. Hoje não sei como vai ser o dia de amanha mas, sei que aqui fica o que te podia ter dito ou o que podias ter percebido sem que tivesse que haver um fim. Hoje fica aqui um sonho que podia ser de sonho mas que foi de realidade e de dor.

Se amanha não houver amanha, tu sabes... só tu sabes porque!!

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