quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Orgulho

As relações hoje são vividas numa constante batalha para provar quem é o “mais forte”, quem se dá primeiro, que se dá mais, quem se envolver mais é quem perde. Estas regras fazem com que nenhuma das partes possa demonstrar muito interesse pelo outro, não pode dar “parte fraca”. Se for o primeiro a mandar mensagem, já está a perder pontos. Nas entrelinhas está assumido que as pessoas gostam uma da outra, mas não se assume… (isso faz perder pontos)

Até aqui mostramos que somos mesmo muito inteligentes e que temos tudo controlado!

Para evitar que o ego saia beliscado criamos uma linha imaginária que faz com que dali não se passe pois, para lá da linha já nos estamos a colocar em posição inferior. Procuramos o reciproco quando ninguém quer ceder em nada ou dar o primeiro passo para não correr o risco de mostrar demasiado envolvimento. Enfim…

As coisas até evoluem e a forma patética com que lidamos com isso também, por isso, a mais pequena contrariedade é suficiente para deixar de responder às mensagens, deixar o telefone tocar imenso tempo e justificar que não estávamos atentos, só para não assumir que as saudades existem, que estávamos a contar os minutos para o telefone tocar, que já tínhamos visto se o telefone tinha som duas ou três vezes… Mais uma vez, preferimos parecer ser uma coisa que não somos!

Ensaiámos diálogos que nunca vamos ter, o coração bate mais depressa, o tempo não passa. Quando tentamos remediar a situação e até damos o primeiro passo, somos rejeitados e adiamos o inevitável. 

Como se o que não se diz não existe! Genial!

Como se pedir desculpa fosse sinónimo de inferioridade! Saber ceder é o segredo para uma relação estável e necessitamos de equilíbrio e bom senso em tudo!


E sabes, se o teu orgulho for maior que o teu sentimento, fica difícil dar certo!!!


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Um dia de cada vez

O tempo anda a passar a uma velocidade diferente! Parece-me que mais rápido!

A segunda-feira começa sempre devagar e de repente, já é sexta-feira! Não faço metade das coisas que queria fazer e parece que andei sempre a correr. 

Sinto-me impotente e queria desacelerar o tempo. Penso que controlo o tempo com relógio, alertas, calendários, agendas…. Mas é inevitável, ele passa mais rápido do que gostaria.

Sinto que o tempo me vai mandando mensagens de alerta sobre a velocidade com que passa… São os ponteiros dos relógios que parecem ter vida própria, são as fotografias com que me vou cruzando, é o espelho que teima em me mostrar que o tempo passa mesmo, o peso da responsabilidade que teima em não sair dos meus ombros, as olheiras que já não consigo disfarçar… 

A experiência assume o papel principal e o futuro está sempre mais perto.

O tempo não pára. É o sabor amargo que fica de querer ser criança de novo. O gosto da saudade das coisas simples, despreocupadas, de sonhos e de termos sempre quem seja responsável por nós e sobre nós… O tempo em que o tempo tem tempo.

É uma brisa que nos vai levando e vai levando a vida de nós…

Ao mesmo tempo, é o tempo que nos dá a possibilidade de sermos o que quisermos, de tentarmos de novo, de sermos melhores, de nos perdoarmos, de seguir sonhos… 

Só o tempo nos dá a oportunidade de recomeçar. Caímos, sofremos, choramos e o tempo pega em tudo isso e faz com que se transformem em nadas.

A coragem que precisamos é o tempo que nos dá, no meio do nada e conseguimos transformar a dor em perdão… Melhoramos a nossa capacidade de analisar as coisas e vemos sempre perspectivas novas.

Percebemos, com o tempo, as nossas escolhas e as suas consequências, percebemos o rumo da nossa vida em função de decisões que tomamos… Somos os resultados de muitas escolhas e carregamos em nós os resultados.

E um dia, tudo faz sentido!



Por isso, nada a fazer para controlar o tempo. Impossível! Podemos é vive-lo da melhor maneira possível. Ser feliz. Sorrir.

Um dia de cada vez…


Tempo desencontrado

O nosso tempo nunca foi nosso. Os nossos relógios andaram sempre com tempo diferentes!

O nosso caminho nunca foi o mesmo; pelo menos nunca foi feito ao mesmo tempo! E muitas vezes nos cruzamos. Outras vezes até sentia o cheiro do teu perfume, como se te tivesse perdido por pouco. Mas nunca fizemos o caminho por inteiro. 

E, até hoje não percebi!

Chegava a ver-te tão perto e outras vezes tão longe… Umas vezes à minha frente outras tão lá atrás… mas nem percebia o momento em que o teu caminho passava pelo meu…Enganei-me.

A vida interrompia o nosso percurso. Eu ia, tu ficavas. Depois eu voltava e tu já não estavas. Um carrossel sem fim. Sempre a tentar acertar o ritmo mas sem nunca conseguir.

Os nossos relógios nunca se acertaram…

Houve alturas em que me desviei dos teus passos. Outras que seguia as tuas pegadas, mesmo de olhos fechados. Houve tempos que o meu perfume servia para me encontrares…

Um dia, perdi de vez a intuição que me levava até ti… 

Um dia desorientei-me e fiquei sem direcção… O meu relógio parou… Parei e não sabia para onde ir. O que me movia, deixou de me dar impulsos. 

Acho que fiquei presa no tempo, tempo demais à espera que alguma coisa me indicasse o meu caminho.

O tempo passou e quando finalmente te encontrei e podíamos acertar os relógios, já não havia tempo… 

Estávamos com horários diferentes… Os nossos meridianos não eram os mesmos…




quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Personalidade

per·so·na·li·da·de 

substantivo feminino
1. Carácter ou qualidades próprias da pessoa.
2. Individualidade consciente.
3. Pessoa conhecida devido às suas funções, à sua influência, etc.


Conceito que parece estar em desuso ou a ser usado de forma enganadora!!

As pessoas acham-se cheias de personalidade e tratam-se a si mesmas como objectos.

A personalidade como um conjunto de características que determinam a forma de pensar, estar e agir de uma pessoa é um bocado distante da falta da mesma quando alguém passa a pensar, estar e a agir em função daquilo que os outros esperam ou em função do que gostava de ser, e não é! Ou seja, criaturas que não pensam por si próprias e não passam se umas “Marias vai com todos”.

A personalidade está  dentro. Existe em cada um de nós. O erro está na escolha que as criaturas fazem em abdicar da “sua personalidade” para “usar” outra. Porquê? Medo, insegurança, falta de auto confiança, falta de amor próprio… Enfim… Abrem mão de ser para parecer… Independentemente de acharem certo ou errado, a questão principal passa a ser o acharem que são aceites daquela forma e que de outra não seriam!!! Gente Estúpida!!!

No meio disto tropeçam em gente com personalidade, com certezas, conceitos bem definidos e que não se alteram em função do que vem do exterior. Pessoas com capacidade de pensar por si, de tomar decisões, de não serem manipuladas, com capacidade de ajuizar o certo e o errado, que está a sua volta. Não quer dizer que não se erre, que não se repense, que não se corrija… Mas é gente que não se intimida em ir contra o Mundo, se for preciso!


Aqui fica a diferença entre os fantoches e que tem vida própria!!!!


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Cheiros

Sou feita de cheiros. Associo tudo a cheiros. Tenho em mim o cheiro bom da lembrança!

Cheiro ao café de saco da minha avó misturado com o cheiro a torradas com manteiga. Cheiro a terra molhada em dias de verão. Cheiro a relva acabada de cortar. Cheiro a bolo de laranja acabado de sair do forno da minha avó. Cheiro a mar. Cheiro a praia. A Nívea de caixa redonda e azul. Cheiro a limonada. Cheiro a queimadas. Cheiro a castanhas assadas. Cheiro a colónia de bebe. Cheiro a fotografias. Cheiro a rebuçados de mentol. Cheiro a chá. Cheiro a malas. Cheiro a colo. Cheiro a calor. Cheiro a chuva. Cheiro a uvas. Cheiro a vindimas. Cheiro a laca da minha mãe. Cheiro a cigarros dos meus pais. Cheiro a canela. Cheiro a sopa. Cheiro a dodots. Cheiro a fraldas. Cheiro a mãe. Cheiro a lágrimas. Cheiro a esperança e a desespero. Cheiro a livros. Cheiro a roupa lavada. Cheiro a abraços. Cheiro a família. Cheiro a primos. Cheiro a avó. Cheiro a filhos. Cheiro a amor e a saudade. Cheiro a beijos. Cheiro a sonhos. E cheiro a ti...

Vou recolhendo os meus cheiros que me vão construindo. Vou ficando com o cheiros de pessoas, de lugares, de cantos e de lembranças... O cheiro de vida que guardo dentro de mim... E cheiro a tantas vidas que estão em mim!







sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Gente pequena

Não sei como ainda me surpreendo!!!

Há gente muito pequenina. Há pessoas mesquinhas.

Há pessoas que são como copos de vidro duro, que cortam , frias e sem sentimentos. E um dia

partem. E devemos deixa-las assim... partidas antes que sejas tu que te magoas a tentar arranja-las....

Não vale a pena tentar provar nada. Cada pessoa aceita a verdade que lhes interessa. E é engraçado ver que as verdades mudam em função dos interesses...

E eliminar esta gente só significa respeito por nós próprios e amor próprio... não é nada contra ninguém!!!

Não tenho pretensões em ser melhor que ninguém! Gosto de pessoas e gosto de pessoas que não tenham problemas em falar de sentimentos. Não me escondo por trás de nenhum papel, de nenhum titulo, de nenhuma máscara. Exprimo a minha opinião livremente e penso pela minha cabeça.

Escolho não ter por perto gente mesquinha, gente que tem não sabe o significado de generosidade, humildade... pobres de espírito! Poucas pessoas estão dispostas a se sacrificam em beneficio dos outros; mas a maioria está na primeira fila para criticar, para julgar, para opinar e diminuir os outros e muitas vezes sem qualquer noção.

Há pessoas que gostam de ajudar e há outras que querem tudo para si. É a diferença entre as pessoas que quero ter a minha volta e gente pequena!

Gente que explora sentimentos e oportunidades aso outros e que não têm dignidade em retribuir. Verdade que, provavelmente, desconhecem o significado da palavra!!!

Pessoas pequenas quero-as longe. Muitas vezes somos iludidos mas o tempo revela rapidamente a sua natureza. O melhor é reduzi-los a nada. E, mesmo assim, são capazes de culpar o resto do Mundo pelos seus fracassos...

Há gente muito pequena!!



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O medo que paralisa


Quando as marcas ficam…

Há quem deixe o amor fugir por medo ou porque a razão tomou conta do coração. Deixam de lado a emoção e o que fica é só a saudade.


Ficam-se pelo limbo de quem dá o primeiro passo e depois aceitam a partida porque acham sempre que nada é definitivo.


Mas o tempo passa… As palavras ficam por dizer, os olhares não se cruzam e as mãos não se dão…


Sentir só não chega…


E leva-se para o resto da vida…


E fica-se à espera. À espera que um dia o outro quebre o silêncio.


Correr riscos faz parte da vida…


Abrir o coração é não perder a oportunidade de ser feliz!!!


Mas o tempo passa…


Ignora-se o sentimento. Enganamos o destino. Desprezamos a certeza do que nos faz mover.
O amor não é um mar calmo. O amor também tem marés vivas… e ondas!
Sem medo. Com coragem de enfrentar os riscos. Viver pela emoção.


Mas deixam que o medo tome conta e afastam-se pela insegurança, pelo desconhecido, pelo incerto… Ficam-se pelas recordações do que podia ter sido e não foi… Preenchem os vazios com pedaços de memórias que se perdem no tempo!


Ninguém espera a vida toda! Um dia deixa-se de esperar. 


Ficam as vírgulas e as reticências…


Por isso, quando uma lembrança te fizer disparar o coração, pensa se a tua felicidade não está a tua porta. E o medo de arriscar pode impedir-te de a abrir!


O tempo pode ser inimigo.

Não deixes longe quem faz a diferença dentro de ti.


Amar não é nem nunca vai ser racional!

Sentimentos que chegam depois de terem partido. 

Recordações que nos fazem brilhar os olhos.







terça-feira, 3 de novembro de 2015

Saber ter uma relação

Ter uma relação não é para todos. Amores instantâneos e paixões rápidas são o que mais existe. Mas a realidade, o dia a dia, a rotina, a partilha de tudo e de nada… Isso não é para todos. É preciso competência para lidar com a vida e com o que a vida nos traz. O medo e a consciência da incompetência de cada um leva a envolvimentos de aparências.
Dividir, partilhar não é uma tarefa fácil. As pessoas são diferentes umas das outras, com histórias de vidas diferentes, passados diferentes, ideias distintas mas que querem que juntas a vida dê certo. Querem o sonho de ter uma família. Infelizmente para alguns, não basta querer. Há uma data de coisas para as quais temos que estar preparados e que, ás vezes, até pensamos que estamos e, na prática… não é bem assim!
Assumir uma relação é aceitar que teremos que nos relacionar com a nossa própria sombra, aceitar os nossos erros sem culpar o outro por tudo de menos bom que nos acontece. É aceitar os nossos erros, defeitos, fracassos e dar ao outro a oportunidade de nos tornar melhores. Aceitar que se mudarmos, se aceitarmos, se cedermos não deixamos de ser nós próprios. Saber viver a nossa vida mas em partilha.
Tudo isto parece fácil durante um determinado período de tempo em que vamos satisfazendo as nossas carências, desejos e vazios. E assim, as pessoas vão-se tornando descartáveis e aceitam-se assim. A verdade é que há muita gente que não consegue mais que isto. E chega-lhes!
Mas eu quero o compromisso. A força da consistência. Quero quem se responsabiliza por mim e aceita as curvas e os labirintos de uma relação. Quero a confiança, o saber o que se quer, a consciência dos valores e das prioridades, o carácter. Quero alguém que reme para o mesmo lado em vez de não remar ou remar noutra direcção, impedindo-me de seguir. Quero alguém que lute por mim e comigo. Sem competição. Uma equipa. Quero alguém que me admire, que me respeite.

Não é fácil. Há muitos desencontros, desilusões e dor. Mas, mesmo assim a escolha é nossa. Podemos aceitar o caminho mais fácil e ficar só em modo de protecção e fechar o coração. Ou aceitar que a verdade existe e que aceitar menos só pelo medo, pela carência não faz sentido. Só faz sentido se for por amor. Amor quando existe chega.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Perdi-me...

Perdi-me no caminho para o teu corpo. Perdi-me no tempo de te encontrar e encontrei-me a mim. Perdi-me no passado à procura do presente mas, encontrei o meu futuro. Perdi-me na inquietude das incertezas com a certeza do que sinto. Perdi-me nos sonhos de uma realidade que me transformava os dias numa loucura sem chão, numa busca sem sentido!
Hoje, não te encontro porque não te procuro. Hoje, não sabes de mim porque já não me reconheces. Hoje, sentes que podias ter feito mais mas, hoje já não tens tempo! 
Houve um tempo em que te perdias a olhar apenas para o que te rodeava, sem olhares para o que estava ao teu lado. Houve um tempo em que não sabias o que era saudade porque o teu coração não deixava, alimentava-se de um amor incondicional que não soubeste cuidar. Houve um tempo que querias mais, sempre quiseste mais sem teres a noção que já tinhas tanto. O tanto que quiseste foi muito menos do que o tanto que perdeste sem saberes... Nunca soubeste.
Houve um tempo em que tudo era tão pouco mas preenchia o Mundo inteiro mas, o teu Mundo ficou maior... Ficou maior e eu já não cabia nele! Eu sabia que não cabia e, mesmo assim, tentei encaixar-me. Forcei. Encolhi. Cresci. Parti. Dividi... Sei lá... Perdi-me e demorei a colocar cada pedaço de mim no sítio. Mas consegui... 
Agora já não somos nós, somos eu e tu! Agora já não há um Mundo nosso, há apenas um Mundo que nem é o mesmo... Vivemos em Mundos diferentes... O meu Mundo não é melhor, só não é o teu. O meu Mundo tem coisas que não entendes e que não sabes sentir, por isso, nunca poderás entrar nele. Do teu Mundo sei pouco, mas o que sei faz com que não queira fazer parte dele...
Quero a quietude do murmúrio de uma voz que me chama e  me aquece a alma... Quero o calor de um corpo que sinto mas que não toco... Quero um olhar que me percorre o corpo sem eu ver... Quero os gritos das palavras no silêncio que dizem tudo sem dizer nada...E encontro-me num sorriso de alguém que me espera sem esperança, mas que me tem a mim, de corpo e alma, sem medos e com a certeza de que o amanha existe para os dois...

Desiste

Vês-me. Quase sempre me vês. Finges que não me reconheces. Passo pela tua vida. Às vezes até abrando. 

Sinto os teus olhos em mim mas, ignoro. Não sei quanto tempo passou. Perco a noção do tempo.

Ouves-me no silêncio dos meus nadas. E a chatice é que tu sabes, mesmo que não queiras saber, tu sabes.

Desculpa mas, não vou a lado nenhum. Podes desviar o teu olhar, podes fingir para o resto do Mundo, menos para mim… Podes viver as vidas que quiseres. 

Podes tentar matar-me nos teus pensamentos mas, eu estou aqui. E estou para ficar. Estou em todo o lado e não estou em lado nenhum. Estou em nadas que tropeçam o teu dia… E de repente uma memória tira-te o chão… Pois! E agora?

Tentas pintar-me de outras cores, tentas vestir-me com outras roupas, outros perfumes… outros nomes… Mas, eu fico. É um quadro preso na memória…


Quanto mais tempo dedicares a esquecer, mais tempo eu fico por aqui…


Desiste e aceita-me na tua vida. Eu vou ficar por aqui.