terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Sozinha...

Fico sozinha. Colo na televisão e tento ocupar a minha cabeça. Devoro uma caixa de chocolates enquanto espero que o telefone toque. Vejo uma, duas, três vezes se está com som. Aumento o volume. Podia tocar. Hoje podia tocar. E toca. Mas é uma amiga que despacho para não ter o telefone ocupado. Quem mais podia ser? O amor não tem hora marcada, não é bruxo. Às vezes tem momentos errados, horas impróprias, tempos que não se cruzam. Outras vezes demora, chega sempre tarde, pesado… Nunca acerta.

Estás tão focada no que que queres que, às vezes, ignoras o que está a tua volta, onde está alguém focado em ti. Porra! Agora que olho para ti porque não olhas para mim? Porque olha para mim quem eu não estou a ver?

E tu podes aparecer quando eu não estiver á espera. Podes estar em qualquer lado. Mas não estás aqui, agora.

Imprevisível. Não apareces quando eu te procuro. Não apareces numa desilusão, quando estou triste, quando me sinto sozinha… e porque sonho, sofro.


Que raiva!!! No fim, tudo passa…

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Abre o teu coração

Não devia ser preciso pedir-te. Não devia ser preciso dizer nada. Ainda não passou tempo suficiente?

Abre o teu coração.

Estamos numa subida a alta velocidade para um lugar sem destino ao certo, numa corrida contra o tempo… Abre o teu coração! Eu estou pronta para livrar o meu de todos os medos que me consomem, pronta para o devolver a uma esperança sem limites e partir do zero. Hoje estou pronta. Vou abraçar a vida e sentir o sabor da aventura e esquecer o passado, não ter medo do futuro e viver o presente de alma limpa.

Do zero. Carrega no botão.

Abre o teu coração que eu já abri o meu…

Não importa o tempo que faz, nem o tempo que passou. Se chover, levo guarda-chuva e até danço à chuva se for preciso. Sinto que sou capaz de tudo. Tenho as emoções a vibrar dentro de mim. Sinto-me viva, livre… Sinto-me tão eu! Não me importa que esteja um frio gelado lá fora. Visto um casaco quente e vou agarra-me ao que me aquece: Tu!

Sei que não faz sentido muitas coisas que digo. Não me importo. Não quero que me entendam. Quero o sorriso parvo estampado na minha cara e que o meu coração bata mais forte. Tudo tem uma explicação. As cores têm mais cor. A lua é ainda mais inspiradora. O Sol tem uma vida especial. O mar tem uma cor diferente. As estrelas brilham sempre, mesmo no mais escuro da noite. Estar apaixonada tem destas coisas, vemos tudo de forma diferente.

Eu sei que não é tudo fácil. Mas eu até gosto de coisas difíceis. Eu vejo o Mundo de todas as cores e nem todas são do meu gosto. É a vida. Não reclamo do tempo, se faz frio ou chuva. Eu sei que vai haver dias de sol e dias de chuva. Vou fechar os olhos e sentir a magia do que é sentir o coração bater mais forte, que alimenta este amor que sinto e que me completa.

Vou andar pela chuva e ficar encharcada e nem me importo com os olhares desconfiados. O amor deixa-me livre. Mesmo gelada vou continuar assim, só porque te vou sentido mais perto. E vou manter-me fiel e firme às minhas poucas certezas.
Nem a trovoada me faz parar. Deixo que entre nesta magia. Não me deixo intimidar. Não esqueço o meu propósito. Tenho que ir antes que o meu tempo se gaste. E o teu também.
Não te quero deixar ir embora da minha vida, mesmo que se calhar nunca tenhas feito parte dela. Mas não quero ficar sem ti. Quero sentir o amor em tudo o que sou, quero esta impulsividade a ferver no meu corpo.

Abre o teu coração! A corrida não pára, não tenho tempo para te esquecer. 

Não sei como fazer. Esqueci-me de como me apaixonei. E vou inventar uma realidade onde o teu coração chama por mim, se for preciso. Quero continuar a sentir que as palavras me atrapalham quando estas por perto. Quero acreditar. Mesmo que a chuva seja mais forte, o meu corpo gele, a lua não chegue à noite, o Sol não me aqueça, eu terei sempre mais força.

Agarro-me ao vento e depressa chego ao meu destino. Vou lutar por mim e por ti, se quiseres. Vou continuar aqui, de onde nunca saí, com o coração nas mãos. É teu. E se não chegares, eu vou continuar a dançar na chuva porque não sei amar de outra forma.

Estou aqui, perto de ti. Um passo separa todos os meus sonhos do teu sorriso. O meu coração pára. O tempo pára. As forças parecem que fogem e voltam as incertezas… Estou aqui e, depois de todo o caminho que fui capaz de fazer até ti, contra tudo e contra todos, fico estática. Imóvel. Sem coragem. Fechada num espaço aberto.

O meu coração descontrola-se. Fecho os olhos e as lágrimas caem-me. Corro noutra direcção. E paro. Que parva! Volto atrás e sem medos digo baixinho que te amo. As verdades dizem-se baixinho. Não sei se ouviste. Talvez não. Não importa. O que sinto é verdade para mim.

Podem tira-me tudo menos a minha capacidade de sonhar e de lutar. Vou continuar nesta subida alucinante porque sou assim, intensa. Só sei amar de coração aberto. Eu abri o meu para ti, fecha-o se quiseres.

O meu coração não se vai desfazer em mil pedaços. O meu coração é cheio de vida e força. Posso nunca ter coragem para te dizer o quanto te amo mas, não importa. Vou lutar contra essa falta de coragem, vou continuar a deixar que as palavras me atrapalhem quando tu estas, vou dizer cada vez mais alto que que te amo. Um dia poderás ouvir. E, se mesmo assim, eu viver este amor só nas minhas ilusões, tu serás a razão do meu sorriso, o dono do meu coração.

Não fecho o meu coração. Posso viver um amor inventado por mim. Mas só consigo porque te amo de mais. Porque te amo com tudo de mim.

Enquanto a coragem falta, fico aqui a amar-te, a desejar-te num abraço, num beijo que me tire o chão. Vou pedir a lua que olhe por ti todas as noites.

Mesmo que nunca venhas a saber que te amo, vais-me ter sempre ao teu lado. Todas as minhas danças à chuva serão por ti.

Vou estar aqui, mesmo que à distância.




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Orgulho

As relações hoje são vividas numa constante batalha para provar quem é o “mais forte”, quem se dá primeiro, que se dá mais, quem se envolver mais é quem perde. Estas regras fazem com que nenhuma das partes possa demonstrar muito interesse pelo outro, não pode dar “parte fraca”. Se for o primeiro a mandar mensagem, já está a perder pontos. Nas entrelinhas está assumido que as pessoas gostam uma da outra, mas não se assume… (isso faz perder pontos)

Até aqui mostramos que somos mesmo muito inteligentes e que temos tudo controlado!

Para evitar que o ego saia beliscado criamos uma linha imaginária que faz com que dali não se passe pois, para lá da linha já nos estamos a colocar em posição inferior. Procuramos o reciproco quando ninguém quer ceder em nada ou dar o primeiro passo para não correr o risco de mostrar demasiado envolvimento. Enfim…

As coisas até evoluem e a forma patética com que lidamos com isso também, por isso, a mais pequena contrariedade é suficiente para deixar de responder às mensagens, deixar o telefone tocar imenso tempo e justificar que não estávamos atentos, só para não assumir que as saudades existem, que estávamos a contar os minutos para o telefone tocar, que já tínhamos visto se o telefone tinha som duas ou três vezes… Mais uma vez, preferimos parecer ser uma coisa que não somos!

Ensaiámos diálogos que nunca vamos ter, o coração bate mais depressa, o tempo não passa. Quando tentamos remediar a situação e até damos o primeiro passo, somos rejeitados e adiamos o inevitável. 

Como se o que não se diz não existe! Genial!

Como se pedir desculpa fosse sinónimo de inferioridade! Saber ceder é o segredo para uma relação estável e necessitamos de equilíbrio e bom senso em tudo!


E sabes, se o teu orgulho for maior que o teu sentimento, fica difícil dar certo!!!


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Um dia de cada vez

O tempo anda a passar a uma velocidade diferente! Parece-me que mais rápido!

A segunda-feira começa sempre devagar e de repente, já é sexta-feira! Não faço metade das coisas que queria fazer e parece que andei sempre a correr. 

Sinto-me impotente e queria desacelerar o tempo. Penso que controlo o tempo com relógio, alertas, calendários, agendas…. Mas é inevitável, ele passa mais rápido do que gostaria.

Sinto que o tempo me vai mandando mensagens de alerta sobre a velocidade com que passa… São os ponteiros dos relógios que parecem ter vida própria, são as fotografias com que me vou cruzando, é o espelho que teima em me mostrar que o tempo passa mesmo, o peso da responsabilidade que teima em não sair dos meus ombros, as olheiras que já não consigo disfarçar… 

A experiência assume o papel principal e o futuro está sempre mais perto.

O tempo não pára. É o sabor amargo que fica de querer ser criança de novo. O gosto da saudade das coisas simples, despreocupadas, de sonhos e de termos sempre quem seja responsável por nós e sobre nós… O tempo em que o tempo tem tempo.

É uma brisa que nos vai levando e vai levando a vida de nós…

Ao mesmo tempo, é o tempo que nos dá a possibilidade de sermos o que quisermos, de tentarmos de novo, de sermos melhores, de nos perdoarmos, de seguir sonhos… 

Só o tempo nos dá a oportunidade de recomeçar. Caímos, sofremos, choramos e o tempo pega em tudo isso e faz com que se transformem em nadas.

A coragem que precisamos é o tempo que nos dá, no meio do nada e conseguimos transformar a dor em perdão… Melhoramos a nossa capacidade de analisar as coisas e vemos sempre perspectivas novas.

Percebemos, com o tempo, as nossas escolhas e as suas consequências, percebemos o rumo da nossa vida em função de decisões que tomamos… Somos os resultados de muitas escolhas e carregamos em nós os resultados.

E um dia, tudo faz sentido!



Por isso, nada a fazer para controlar o tempo. Impossível! Podemos é vive-lo da melhor maneira possível. Ser feliz. Sorrir.

Um dia de cada vez…


Tempo desencontrado

O nosso tempo nunca foi nosso. Os nossos relógios andaram sempre com tempo diferentes!

O nosso caminho nunca foi o mesmo; pelo menos nunca foi feito ao mesmo tempo! E muitas vezes nos cruzamos. Outras vezes até sentia o cheiro do teu perfume, como se te tivesse perdido por pouco. Mas nunca fizemos o caminho por inteiro. 

E, até hoje não percebi!

Chegava a ver-te tão perto e outras vezes tão longe… Umas vezes à minha frente outras tão lá atrás… mas nem percebia o momento em que o teu caminho passava pelo meu…Enganei-me.

A vida interrompia o nosso percurso. Eu ia, tu ficavas. Depois eu voltava e tu já não estavas. Um carrossel sem fim. Sempre a tentar acertar o ritmo mas sem nunca conseguir.

Os nossos relógios nunca se acertaram…

Houve alturas em que me desviei dos teus passos. Outras que seguia as tuas pegadas, mesmo de olhos fechados. Houve tempos que o meu perfume servia para me encontrares…

Um dia, perdi de vez a intuição que me levava até ti… 

Um dia desorientei-me e fiquei sem direcção… O meu relógio parou… Parei e não sabia para onde ir. O que me movia, deixou de me dar impulsos. 

Acho que fiquei presa no tempo, tempo demais à espera que alguma coisa me indicasse o meu caminho.

O tempo passou e quando finalmente te encontrei e podíamos acertar os relógios, já não havia tempo… 

Estávamos com horários diferentes… Os nossos meridianos não eram os mesmos…




quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Personalidade

per·so·na·li·da·de 

substantivo feminino
1. Carácter ou qualidades próprias da pessoa.
2. Individualidade consciente.
3. Pessoa conhecida devido às suas funções, à sua influência, etc.


Conceito que parece estar em desuso ou a ser usado de forma enganadora!!

As pessoas acham-se cheias de personalidade e tratam-se a si mesmas como objectos.

A personalidade como um conjunto de características que determinam a forma de pensar, estar e agir de uma pessoa é um bocado distante da falta da mesma quando alguém passa a pensar, estar e a agir em função daquilo que os outros esperam ou em função do que gostava de ser, e não é! Ou seja, criaturas que não pensam por si próprias e não passam se umas “Marias vai com todos”.

A personalidade está  dentro. Existe em cada um de nós. O erro está na escolha que as criaturas fazem em abdicar da “sua personalidade” para “usar” outra. Porquê? Medo, insegurança, falta de auto confiança, falta de amor próprio… Enfim… Abrem mão de ser para parecer… Independentemente de acharem certo ou errado, a questão principal passa a ser o acharem que são aceites daquela forma e que de outra não seriam!!! Gente Estúpida!!!

No meio disto tropeçam em gente com personalidade, com certezas, conceitos bem definidos e que não se alteram em função do que vem do exterior. Pessoas com capacidade de pensar por si, de tomar decisões, de não serem manipuladas, com capacidade de ajuizar o certo e o errado, que está a sua volta. Não quer dizer que não se erre, que não se repense, que não se corrija… Mas é gente que não se intimida em ir contra o Mundo, se for preciso!


Aqui fica a diferença entre os fantoches e que tem vida própria!!!!


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Cheiros

Sou feita de cheiros. Associo tudo a cheiros. Tenho em mim o cheiro bom da lembrança!

Cheiro ao café de saco da minha avó misturado com o cheiro a torradas com manteiga. Cheiro a terra molhada em dias de verão. Cheiro a relva acabada de cortar. Cheiro a bolo de laranja acabado de sair do forno da minha avó. Cheiro a mar. Cheiro a praia. A Nívea de caixa redonda e azul. Cheiro a limonada. Cheiro a queimadas. Cheiro a castanhas assadas. Cheiro a colónia de bebe. Cheiro a fotografias. Cheiro a rebuçados de mentol. Cheiro a chá. Cheiro a malas. Cheiro a colo. Cheiro a calor. Cheiro a chuva. Cheiro a uvas. Cheiro a vindimas. Cheiro a laca da minha mãe. Cheiro a cigarros dos meus pais. Cheiro a canela. Cheiro a sopa. Cheiro a dodots. Cheiro a fraldas. Cheiro a mãe. Cheiro a lágrimas. Cheiro a esperança e a desespero. Cheiro a livros. Cheiro a roupa lavada. Cheiro a abraços. Cheiro a família. Cheiro a primos. Cheiro a avó. Cheiro a filhos. Cheiro a amor e a saudade. Cheiro a beijos. Cheiro a sonhos. E cheiro a ti...

Vou recolhendo os meus cheiros que me vão construindo. Vou ficando com o cheiros de pessoas, de lugares, de cantos e de lembranças... O cheiro de vida que guardo dentro de mim... E cheiro a tantas vidas que estão em mim!







sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Gente pequena

Não sei como ainda me surpreendo!!!

Há gente muito pequenina. Há pessoas mesquinhas.

Há pessoas que são como copos de vidro duro, que cortam , frias e sem sentimentos. E um dia

partem. E devemos deixa-las assim... partidas antes que sejas tu que te magoas a tentar arranja-las....

Não vale a pena tentar provar nada. Cada pessoa aceita a verdade que lhes interessa. E é engraçado ver que as verdades mudam em função dos interesses...

E eliminar esta gente só significa respeito por nós próprios e amor próprio... não é nada contra ninguém!!!

Não tenho pretensões em ser melhor que ninguém! Gosto de pessoas e gosto de pessoas que não tenham problemas em falar de sentimentos. Não me escondo por trás de nenhum papel, de nenhum titulo, de nenhuma máscara. Exprimo a minha opinião livremente e penso pela minha cabeça.

Escolho não ter por perto gente mesquinha, gente que tem não sabe o significado de generosidade, humildade... pobres de espírito! Poucas pessoas estão dispostas a se sacrificam em beneficio dos outros; mas a maioria está na primeira fila para criticar, para julgar, para opinar e diminuir os outros e muitas vezes sem qualquer noção.

Há pessoas que gostam de ajudar e há outras que querem tudo para si. É a diferença entre as pessoas que quero ter a minha volta e gente pequena!

Gente que explora sentimentos e oportunidades aso outros e que não têm dignidade em retribuir. Verdade que, provavelmente, desconhecem o significado da palavra!!!

Pessoas pequenas quero-as longe. Muitas vezes somos iludidos mas o tempo revela rapidamente a sua natureza. O melhor é reduzi-los a nada. E, mesmo assim, são capazes de culpar o resto do Mundo pelos seus fracassos...

Há gente muito pequena!!



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O medo que paralisa


Quando as marcas ficam…

Há quem deixe o amor fugir por medo ou porque a razão tomou conta do coração. Deixam de lado a emoção e o que fica é só a saudade.


Ficam-se pelo limbo de quem dá o primeiro passo e depois aceitam a partida porque acham sempre que nada é definitivo.


Mas o tempo passa… As palavras ficam por dizer, os olhares não se cruzam e as mãos não se dão…


Sentir só não chega…


E leva-se para o resto da vida…


E fica-se à espera. À espera que um dia o outro quebre o silêncio.


Correr riscos faz parte da vida…


Abrir o coração é não perder a oportunidade de ser feliz!!!


Mas o tempo passa…


Ignora-se o sentimento. Enganamos o destino. Desprezamos a certeza do que nos faz mover.
O amor não é um mar calmo. O amor também tem marés vivas… e ondas!
Sem medo. Com coragem de enfrentar os riscos. Viver pela emoção.


Mas deixam que o medo tome conta e afastam-se pela insegurança, pelo desconhecido, pelo incerto… Ficam-se pelas recordações do que podia ter sido e não foi… Preenchem os vazios com pedaços de memórias que se perdem no tempo!


Ninguém espera a vida toda! Um dia deixa-se de esperar. 


Ficam as vírgulas e as reticências…


Por isso, quando uma lembrança te fizer disparar o coração, pensa se a tua felicidade não está a tua porta. E o medo de arriscar pode impedir-te de a abrir!


O tempo pode ser inimigo.

Não deixes longe quem faz a diferença dentro de ti.


Amar não é nem nunca vai ser racional!

Sentimentos que chegam depois de terem partido. 

Recordações que nos fazem brilhar os olhos.







terça-feira, 3 de novembro de 2015

Saber ter uma relação

Ter uma relação não é para todos. Amores instantâneos e paixões rápidas são o que mais existe. Mas a realidade, o dia a dia, a rotina, a partilha de tudo e de nada… Isso não é para todos. É preciso competência para lidar com a vida e com o que a vida nos traz. O medo e a consciência da incompetência de cada um leva a envolvimentos de aparências.
Dividir, partilhar não é uma tarefa fácil. As pessoas são diferentes umas das outras, com histórias de vidas diferentes, passados diferentes, ideias distintas mas que querem que juntas a vida dê certo. Querem o sonho de ter uma família. Infelizmente para alguns, não basta querer. Há uma data de coisas para as quais temos que estar preparados e que, ás vezes, até pensamos que estamos e, na prática… não é bem assim!
Assumir uma relação é aceitar que teremos que nos relacionar com a nossa própria sombra, aceitar os nossos erros sem culpar o outro por tudo de menos bom que nos acontece. É aceitar os nossos erros, defeitos, fracassos e dar ao outro a oportunidade de nos tornar melhores. Aceitar que se mudarmos, se aceitarmos, se cedermos não deixamos de ser nós próprios. Saber viver a nossa vida mas em partilha.
Tudo isto parece fácil durante um determinado período de tempo em que vamos satisfazendo as nossas carências, desejos e vazios. E assim, as pessoas vão-se tornando descartáveis e aceitam-se assim. A verdade é que há muita gente que não consegue mais que isto. E chega-lhes!
Mas eu quero o compromisso. A força da consistência. Quero quem se responsabiliza por mim e aceita as curvas e os labirintos de uma relação. Quero a confiança, o saber o que se quer, a consciência dos valores e das prioridades, o carácter. Quero alguém que reme para o mesmo lado em vez de não remar ou remar noutra direcção, impedindo-me de seguir. Quero alguém que lute por mim e comigo. Sem competição. Uma equipa. Quero alguém que me admire, que me respeite.

Não é fácil. Há muitos desencontros, desilusões e dor. Mas, mesmo assim a escolha é nossa. Podemos aceitar o caminho mais fácil e ficar só em modo de protecção e fechar o coração. Ou aceitar que a verdade existe e que aceitar menos só pelo medo, pela carência não faz sentido. Só faz sentido se for por amor. Amor quando existe chega.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Perdi-me...

Perdi-me no caminho para o teu corpo. Perdi-me no tempo de te encontrar e encontrei-me a mim. Perdi-me no passado à procura do presente mas, encontrei o meu futuro. Perdi-me na inquietude das incertezas com a certeza do que sinto. Perdi-me nos sonhos de uma realidade que me transformava os dias numa loucura sem chão, numa busca sem sentido!
Hoje, não te encontro porque não te procuro. Hoje, não sabes de mim porque já não me reconheces. Hoje, sentes que podias ter feito mais mas, hoje já não tens tempo! 
Houve um tempo em que te perdias a olhar apenas para o que te rodeava, sem olhares para o que estava ao teu lado. Houve um tempo em que não sabias o que era saudade porque o teu coração não deixava, alimentava-se de um amor incondicional que não soubeste cuidar. Houve um tempo que querias mais, sempre quiseste mais sem teres a noção que já tinhas tanto. O tanto que quiseste foi muito menos do que o tanto que perdeste sem saberes... Nunca soubeste.
Houve um tempo em que tudo era tão pouco mas preenchia o Mundo inteiro mas, o teu Mundo ficou maior... Ficou maior e eu já não cabia nele! Eu sabia que não cabia e, mesmo assim, tentei encaixar-me. Forcei. Encolhi. Cresci. Parti. Dividi... Sei lá... Perdi-me e demorei a colocar cada pedaço de mim no sítio. Mas consegui... 
Agora já não somos nós, somos eu e tu! Agora já não há um Mundo nosso, há apenas um Mundo que nem é o mesmo... Vivemos em Mundos diferentes... O meu Mundo não é melhor, só não é o teu. O meu Mundo tem coisas que não entendes e que não sabes sentir, por isso, nunca poderás entrar nele. Do teu Mundo sei pouco, mas o que sei faz com que não queira fazer parte dele...
Quero a quietude do murmúrio de uma voz que me chama e  me aquece a alma... Quero o calor de um corpo que sinto mas que não toco... Quero um olhar que me percorre o corpo sem eu ver... Quero os gritos das palavras no silêncio que dizem tudo sem dizer nada...E encontro-me num sorriso de alguém que me espera sem esperança, mas que me tem a mim, de corpo e alma, sem medos e com a certeza de que o amanha existe para os dois...

Desiste

Vês-me. Quase sempre me vês. Finges que não me reconheces. Passo pela tua vida. Às vezes até abrando. 

Sinto os teus olhos em mim mas, ignoro. Não sei quanto tempo passou. Perco a noção do tempo.

Ouves-me no silêncio dos meus nadas. E a chatice é que tu sabes, mesmo que não queiras saber, tu sabes.

Desculpa mas, não vou a lado nenhum. Podes desviar o teu olhar, podes fingir para o resto do Mundo, menos para mim… Podes viver as vidas que quiseres. 

Podes tentar matar-me nos teus pensamentos mas, eu estou aqui. E estou para ficar. Estou em todo o lado e não estou em lado nenhum. Estou em nadas que tropeçam o teu dia… E de repente uma memória tira-te o chão… Pois! E agora?

Tentas pintar-me de outras cores, tentas vestir-me com outras roupas, outros perfumes… outros nomes… Mas, eu fico. É um quadro preso na memória…


Quanto mais tempo dedicares a esquecer, mais tempo eu fico por aqui…


Desiste e aceita-me na tua vida. Eu vou ficar por aqui. 



sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Reclamar

Há dias em que somo obrigados a parar. Parar mesmo e fazer com que tudo faça sentido.

Hoje estou revoltada com o Mundo porque estou temporariamente incapacitada de usar o braço direito!!! E logo hoje. Hoje que queria abraçar o mundo só com um braço, que é o braço que me faz mais falta para tudo, hoje mais que nunca… Me impede de escrever. E hoje queria escrever tanto… Reclamo com tudo e com todos! Tive que ir para hospitais, agulhas, médicos, repetir cem vezes as mesmas coisas… Logo hoje!

Estou no meio das minhas reclamações e paro para ouvir e ver quem está a minha volta. Alguém que agradece a Deus ter sobrevivido de um acidente de automóvel, que “só” partiu o braço, duas costelas, uma perna e umas tantas marcas de cortes e de pisadelas; alguém com o filho doente e que não sabe o que tem mas a criança está sempre com febre; outra que acaba de desmaiar antes de poder descrever o que tem… e eu!!! Que raiva! Eu ainda reclamo!!?? Percebo que não importa assim tanto a minha “incapacidade temporária” quando alguém pode estar a lutar pela vida mesmo ao meu lado!

Percebo que a felicidade não é a ausência de problemas mas, a capacidade e a forma como lido com eles. Olhamos para o que temos e não para o que não temos. Devemos perceber o que ganhamos e não, focar o pensamento no que perdemos. Não importa o que nos tiram, o que a Vida nos leva, o que as pessoas levam de nós. O que importa é o que queremos fazer com o que fica. E é nesse instante que somos melhores!

A vida às vezes é lixada. Dá-nos a volta e fecha todas as portas que achamos que temos. Quando isso acontece é porque está na hora de fazer coisas diferentes. Às vezes precisamos de contrariedades para que nos forcem a ver as coisas de outra forma. Tudo que tem sabor a conquista vem de uma luta! A dor, o sofrimento faz-nos crescer. Aprendemos.

Nem no Inverno chove todos os dias. Há dias de sol. Por isso, as coisas menos boas não duram para sempre. E devemos valorizar quando está tudo bem e aproveitar o bom da vida. Viver não é fácil, é uma aprendizagem constante. Mas não podemos deixar de sorrir quando fica difícil. E amanha é sempre um bom dia para recomeçar…

Cruzar os braços e só reclamar não faz as coisas ficarem melhores. Fazer pouco é melhor que nada. Tentar é melhor que desistir.
O passado não pode condicionar o futuro. Reclamar do ontem não melhora o amanha. Deixar de olhar para o umbigo e perceber que há coisas que devíamos valorizar por não serem um problema para nós.
Os erros e as marcas da Vida são sinais que a dor já passou e que sobrevivemos. Ficamos mais fortes de cada vez que nos levantamos. Não podemos é ficar reféns dos erros e das dores. Devemos deixar o medo e perceber que foram lições de vida.
Não podemos achar que ganhamos alguma coisa com começos. A paciência é mais do que saber esperar é saber ir à luta, até ao fim. Às vezes não é fácil, não é um caminho sem curvas mas é a nossa determinação que está em causa. Cada passo é mais um passo. Não importa se pequeno ou grande… é mais um passo! Saber que somos capazes é a melhor sensação…
Sorrir para os outros que nos querem mal. Não deixar que os outros nos mudem, nos tirem o foco. Esse tipo de pessoas não vale a nossa atenção. Muitas vezes não é nada pessoal, o problema está nas próprias pessoas. São mal resolvidas. São inseguras. São fracas. Não temos que impressionar ninguém. Temos que ser o nosso melhor, para nós e por nós… Fazer o que nos faz feliz e com quem nos faz sorrir.
Temos que ir buscar forças ao que nos faz reclamar. E apreciar a loucura da vida, a confusão do dia a dia com um sorriso.
Podemos não estar onde queríamos mas vamos estar onde é o nosso lugar.
Sem medos. Sem medo de cair, de acreditar, de gostar, de dar… Sem medo de abrir o coração. Ser forte quando as coisas forem difíceis porque o Mundo dá muitas voltas. Que olhar para trás seja para ver o que aprendemos.
E depois de parar, percebo que não tenho razão para reclamar. Vou tornar esta situação em algo que me faça sorrir. Vou enfeitar o meu braço. Vou ganhar força na mão esquerda. Vou aprender a escrever com a outra mão. Vou aproveitar-me da minha “incapacidade” para deixar que me mimem e que outros façam as coisas por mim. Vou dar valor aos outros para quem, infelizmente, estas situações não são temporárias e reaprendem a viver e são felizes!
Até consegui escrever tudo isto só com uma mão!!!! 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Louca

Como louca saudável que sou, atraio coisas loucas. Quer dizer, esta é a explicação que dou a mim própria para justificar tanta loucura na minha vida!!
Considero-me uma boa pessoa e gosto de ajudar os outros. Apesar de ter sido enganada várias vezes e de jurar nunca mais cair nas mesmas histórias, dou por mim a acreditar e a cair na cantiga dos outros! Mas, chego à conclusão que afinal não sou assim tão louca... Porque vejo tudo a minha volta a cair e a desmoronar-se em falsidades e mentiras que sugam a vida e tudo o que há de bom nela!
A minha loucura é saudável, é pela vida, pela alegria, pelos sorrisos, pelo amor, pela amizade, pelos banhos na praia, pelos mergulhos de noite, pelas jantaradas com os amigos, pela musica, pela dança... por tudo aquilo que me faz bem!
A minha loucura incomoda tanta gente que, estupidamente, se acham no direito de incomodar a minha insanidade! Mas quem pensam que são?! Reduzam-se à vossa insignificância porque a vossa inquietação não me inquieta e apenas alimenta a minha vontade de vencer, de crescer, de ser mais e melhor...


domingo, 25 de outubro de 2015

Olhei-te

Já te olhei e conheci um olhar com brilho.

Já te olhei e vi um olhar com vontade de virar o Mundo.

Já vi em ti um olhar cheio de certezas, de vontades, de atitude que me davam paz...

Olhavas como se tivesses tudo...

Hoje já não te olho. Hoje já não tens esse olhar. Não tens brilho. Não tem cor. Não tem vida.

Onde foi que te perdi?

Olha ao espelho. Olha e diz-me o que vês. Ou não me digas mas, volta...



terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pessoas

As pessoas são realmente surpreendentes!
São capazes de ter variações de sentimentos num mesmo dia sobre a mesma coisa, desde que acompanhadas de pessoas diferentes.
Pessoas influenciáveis por não aceitarem o mal estar ou o confronto de ser, pensar ou estar diferente. Associam-se a coisas, a pessoas para se sentirem parte de alguma coisa. No fundo não se identificam com nada e, ao mesmo tempo, identificam-se com tudo!
Vivem entre um estado de meio depressivo ou de excitação...
Acumulam personagens. Interessam-se pelos interesses dos outros como se fossem seus.
No fundo, vazias... sozinhas...
Um Mundo cheio de talentos tal e qual o famoso " Mr. Ripley"
Haja paciência...


Ser Mãe

Porque há dias em que o coração está mais apertado...


Porque ser mãe não vem explicado nos livros. Porque ser mãe é um caminho que não tem fim, é um caminho que se percorre todos os dias e que nem sempre é aquele que planeamos. 


A qualquer momento aparece uma curva que não estava no mapa, um rio que tem que se atravessar. Porque aprendemos todos os dias. 


Aprendemos a amar incondicionalmente, sem limites, sem esperar nada em troca, sem tempo... Percebemos que afinal não sabemos nada quando um filho nos ensina tanto.


Porque o nosso coração caminha fora do nosso corpo quando somos mães.. Porque o Mundo pode desabar e nunca ficamos sozinhas. Porque envelhecemos e vamos ter sempre quem goste de nós.


Porque é um amor que existe antes de ser.


Porque ser mãe é ter questões e tomar decisões, ultrapassar medos e conquistar o Mundo todos os dias.


Porque é ser a princesa dos contos de fadas e a super-heroína que salva o mundo dos desenhos animados que faz de mim a mulher que sou...


É por ser assim eu sou capaz de qualquer coisa para proteger os meus filhos.


Nem eu sei bem os meus limites...





terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sou igual às outras

Sou uma mulher igual às outras. 

Gosto de ser mulher. Gosto de ser mãe. Gosto de me sentir amada e gosto de ser mimada.
Hoje sou uma mulher bem resolvida. Tenho desejos e sou ainda uma menina cheia de sonhos. 

Cometi alguns erros, uns por impulso, outros por imaturidades, outros sem razão. Arrependo-me de algumas coisas mas vivo bem com isso. Devo alguns pedidos de desculpa que sei que ainda farei.

Sou impulsiva. Antes de pensar já disse, já fiz… Não deixo nada preso em mim. Tenho o coração muito perto da boca.

Sou uma mulher de extremos. Gosto de não sentir vontade de me sufocar, de me prender... E sou assim e pronto! Não gosto de fingir ser mais quieta, mais calma... Gosto da minha vontade de viver sem barreiras, sem medo de ser eu!

Digo o que quero e como quero. E sei quando erro e quando devo corrigir o meu erro.
Sou assim.

Sinto tudo e não sinto nada.

Amo e odeio com a mesma intensidade. Dou tudo e tiro tudo. Gosto de gostar e gosto de me dar. Gosto de partilhar.

Sou estupidamente violenta com as palavras quando me provocam sem razão.

Faço o que o meu coração diz. E às vezes erro. E volto atrás e começo de novo.

Cresço. Aprendo. Vivo intensamente.

Prefiro errar a ser eu, com a certeza de que posso acertar do que errar a ser uma pessoa diferente!

E acerto muitas vezes!

Aprendi a ser mulher. Aprendi a crescer por mim. Aprendi que errar faz parte, que só não erra quem não faz. Aprendi que as quedas fazem parte da vida. Que as marcas das quedas passam com o tempo.

Aprendi que a dor passa. A maquilhagem faz milagres e um banho faz magia.

Sou uma mulher que acredita em sorrisos que nos transformam. Acredito no amanha. Sou menina que acredita que todos temos borboletas na barriga.

Sei que a dor de amor cura-se.
Sou uma mulher que, apesar da idade madura, não sei nada da vida. Tenho tantas perguntas sem respostas e outras que mudaram ao longo da vida.

Sei que que a vida não tem manual e que é um livro sem resumo.

Ainda tenho um longo caminho pela frente. Mas hoje sei que sou muito mais forte do que pensava.

Aprendi que tenho que ser mais tolerante com as pessoas. Que há pessoas que não sabem lidar comigo e que não faz de mim má pessoa. Não podemos agradar a todos.

Sou a menina que ainda sonha. Que luta pelos sonhos…

Sou a mulher que aprendi a me perdoar…

Não me escondo atrás de nenhuma imagem, nem daquilo que gostariam que eu fosse...

Não vivo a vida pelos olhos dos outros!!

Sou uma mulher vaidosa, uma mulher que luta. Que chora quando perde, que chora quando se magoa.

Sou de brigas. E sou de birras. Gosto de provocar e gosto de ser diferente. Não gosto que me digam o que fazer.

Sou justa. Sou a melhor amiga. Sou uma mulher correcta e uma miúda irrequieta.

Sofri e fiz sofrer. Amei e fui amada. Cresci e aprendi que às vezes escolhemos pessoas para estar perto que não nos fazem bem. Percebi que não posso ganhar sempre. Que nem sempre ganhar é o melhor para mim.

Entendi que não posso mudar a cabeça de ninguém. Sei que não posso mudar o que sou. Que há batalhas que não são para ser ganhas.

Não sou melhor que ninguém. Sou só eu, quando estou certa e quando erro.

Sou uma mulher decidida e uma menina apaixonada.

Sou humana. Sou igual a tantas outras mulheres. Tenho medos, tenho sonhos, tenho desejos, tenho saudades… sofro quando perco e sorrio quando ganho… e choro só porque sim.

Sou assim…